Líder e dona do carro mais vendido no país, o Onix, a General Motors pode mudar seus planos para o Brasil. A presidente mundial da montadora, Mary Barra, deu sinais de que está considerando sair da América do Sul, onde mantém fábricas no Brasil, na Colômbia e na Argentina. Não vamos continuar investindo para perder dinheiro, disse.
O grupo, dono da marca Chevrolet, tem 20 mil funcionários no país e fábricas em São Caetano do Sul e São José dos Campos (SP), Gravataí (RS), Joinville (SC) e Mogi das Cruzes. Vendeu quase 390 mil carros no ano passado e domina 18,53% do mercado brasileiro.
Em repercussão ao anúncio global, Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul, distribuiu semana passada comunicado interno, em que alerta para o momento muito crítico que vive a empresa. Só em 2018 as perdas no país estariam na casa de 1 bilhão de reais.
As dificuldades da montadora não são novidade, dizem especialistas ouvidos por EXAME. Mas, segundo eles, a montadora não deve optar por sair do país agora, quando o mercado começa a melhorar depois de anos de crise.
A situação está complicada há um tempo e a montadora precisa fazer algo para melhorar sua rentabilidade. Mas não acredito que irá sair do mercado, afirma Fernando Calmon, especialista no setor automotivo. A empresa anunciou diversos lançamentos para o Brasil, que devem chegar nos próximos anos. Não faz sentido deixar o Brasil depois de anunciar esses planos para o país, afirma.
Crise e concorrentes
Após uma queda de 46% em quatro anos, para 2,05 milhões de unidades em 2016, as vendas de carros e caminhões cresceram 9% em 2017. Em 2018, a expectativa era de que as vendas subissem cerca de 15%; para 2019, devem crescer mais 12%, segundo projeções da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Se tudo der certo, em alguns anos o setor espera voltar ao nível de 2012, quando foram vendidas 3,8 milhões de unidades.
Fonte: Exame